Anunciada por pesquisadores da Universidade regional do Cariri (URCA), Museu Nacional/UFRJ e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a descoberta de um novo fóssil de dinossauro, que recebeu a denominação de Aratasaurus museunacionali. A espécie descoberta na Bacia do Araripe é a mais antiga de dinossauro já encontrada no local, e divulgada através de coletiva de imprensa nesta sexta-feira (10).
A entrevista contou com a presença dos pesquisadores das Instituições, o diretor do Museu Nacional/UFRJ, Alexander Kellner, a paleontóloga da UFPE, Juliana Sayão e o paleontólogo da URCA, Álamo Saraiva. A coletiva, que durou cerca de duas horas com diversos esclarecimentos a respeito da nova espécie, contou com a participação dos demais pesquisadores envolvidos na descoberta. Houve a apresentação do material original e modelos em vida da nova espécie
O Reitor da Universidade Regional do Cariri (URCA), professor Francisco do O’ de Lima Júnior, e o diretor do Museu de Paleontologia, Allysson Pinheiro, participaram do lançamento da nova descoberta. O material será depositado no Museu Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri.
O material estudado figura como do período Cretáceo, tendo cerca de 115 milhões de anos, na formação Romualdo. A denominação dada ao novo achado, foi uma homenagem ao Museu Nacional, como o próprio nome já diz, porque estava numa das áreas do local que não chegou a ser atingida pelo fogo. Com isso, a peça permaneceu preservada, e conforme os pesquisadores, o seu significado seria “Ara – nascido do ata – fogo”.
Uma das pesquisadoras, Juliana Sayão, da UFPE, destacou que esse grupo de animais era carnívoro, teria como representantes atuais as aves, e que poderiam estar mais dispersos do que imaginamos. Ela destacou a outra espécie também encontrada na região, e já identificada, o Santanaraptor, que recebeu a denominação em homenagem ao fundador do Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri, Plácido Cidade Nuvens.
O material foi apresentado a paleontóloga Juliana Sayão, especialista em Archosauria, pelo então diretor do museu, Plácido Cidade Nuvens, já falecido. Foi encontrado na mina Pedra Branca, em Santana do Cariri. A pesquisadora identificou imediatamente como sendo de dinossauro e levou o material para a UFPE, onde iniciou os trabalhos de identificação do achado.
A comprovação veio depois de análises microscópicas do tamanho da pata, mesmo de médio porte e jovem. A estimativa era de que o animal teria pelo menos 3,12 metros e podendo pesar até 34,25 quilos. Mesmo no início, achando que era um pterossauro, o professor Álamo disse que ainda não havia sido realizada a preparação e havia poucas espécies de dinossauros.
Juliana Sayão afirma que o novo achado será uma forma de contribuir para que as instituições científicas compreendam a evolução dos terópodes, que compõem o grupo de dinossauros carnívoros que têm como representantes atuais as aves. Segundo ela, faz parte de um grupo denominado Coelurosauria, que inclui o dinossauro brasileiro encontrado na mesma região chamado Santanaraptor, e os famosos Tyrannosaurus, velociraptores e até as aves atuais.
Para a paleontóloga da URCA, Flávia Lima, essa espécie poderia ter encontrado dificuldades de sobrevivência, por ter vivenciado ambientes mais áridos.