Geossítio Floresta Petrificada
Geossítio Floresta Petrificada
O Geossítio Floresta Petrificada do Cariri está localizado no Sítio Olho D’água Comprido, a 6km a sudeste de Missão Velha, na localidade conhecida como Grota Funda. O geossítio guarda um tesouro paleontológico de valor incalculável, que tem especial importância para o estudo da paleobotânica e da evolução geológica.
O Que Visitar?
- Paredão rochoso
- Troncos fósseis
História
A Floresta Petrificada do Cariri encontra-se, hoje, numa área rural de pouca densidade populacional. A terra é usada para plantio e pastagem de gado, e faz parte do semiárido, ou seja, área com escassez de água. Em tempos pré-históricos, no entanto, já era cenário de uma densa floresta, com árvores abundantes e água.
Aspectos Geológicos
O Geossítio Floresta Petrificada do Cariri é um importante ponto de atração geoturística, oferecendo um excelente conteúdo científico-didático. Constituído por uma área de erosão (ravina) que mostra camadas de rochas avermelhadas, o arenito da Formação Missão Velha, com cerca de 8m de espessura, onde ocorrem fragmentos de troncos petrificados com aproximadamente 145 milhões de anos.
Os fósseis de troncos petrificados evidenciam que, naquela época (Período Jurássico), existiam na região colinas cobertas por florestas recortadas por rios que transportavam os troncos caídos e que eram depois depositados em meio às areias e argilas, sendo fossilizados (petrificados) ao longo do tempo geológico.
Esses abundantes fragmentos de troncos petrificados pertenciam a antigas árvores de coníferas (grupo dos pinheiros), alguns com mais de 2m de comprimento. Genericamente, o grupo destes troncos petrificados denomina-se Dadoxylon sp (Freitas, 2008).
Os fragmentos de troncos fósseis são bastante comuns nos registros geológicos em todo o mundo. No Brasil, as ocorrências fósseis mais conhecidas são: Rio Grande do Sul, município de Mata, que tem árvores de até 10m de comprimento; Minas Gerais, município de Uberlândia; Pernambuco, município de Petrolândia; e Tocantins, município de Filadélfia, onde ocorrem curiosas samambaias arbóreas e coníferas.
Processo de Fossilização
Segundo estudos paleontológicos, fósseis são restos de seres vivos (animal ou vegetal) ou vestígios de atividades biológicas preservados naturalmente em sedimentos, rochas, gelo, piche, âmbar, cavernas, entre outros ambientes.
Para ser um fóssil, este resto ou vestígio de ser vivo deve apresentar mais de 11 mil anos, período que corresponde ao final da última glaciação e início da idade geológica atual. A palavra “fóssil” deriva do termo latino ”fossilis”, que significa “desenterrado”, ou “extraído da terra”.
Os vestígios de atividades biológicas compreendem pequenos túneis de vermes, pegadas, ovos, etc. Por outro lado, os restos de seres vivos compreendem conchas, carapaças, ossos, partes moles e lenhos de vegetais preservados.
Muitas são as formas e naturezas dos processos de fossilização. Os troncos fósseis da formação Missão Velha, geossítio Floresta Petrificada do Cariri, passaram por processos turbulentos, até ficarem como estão nos dias de hoje. Esses troncos faziam parte de grandes florestas de pinheiros (coníferas) do final do Período Jurássico (140 milhões de anos), que caíam próximos às margens de rios e eram levados em grandes cheias juntamente com seixos, areias e argilas. Ao longo do tempo, esse material ficou depositado no leito do rio (ambiente aquoso), em águas com alta concentração de minerais dissolvidos (principalmente o silício, elemento químico constituinte dos grãos de areia e extremamente abundante na natureza). De forma lenta e gradual, ocorreu a substituição das células vegetais dos troncos pelos minerais presentes na água.
Com o passar do tempo, os restos de troncos foram silicificados, ou seja, transformados em rocha, porém mantendo a forma das estruturas internas do antigo vegetal. Devido à preservação destas características, é possível, hoje em dia, identificar famílias e gêneros das espécies que formavam as florestas do final do Jurássico, na região do Cariri.